Mais Saúde: O que pode estar causando sua compulsão por doce?
A compulsão por doce pode ser causada por vários fatores. Pessoas ansiosas e compulsivas descontam na comida seus problemas, suas frustrações e inquietações. Está diretamente ligada ao estado emocional e psicológico. Devemos encontrar outras formas de...
A compulsão por doce pode ser causada por vários fatores. Pessoas ansiosas e compulsivas descontam na comida seus problemas, suas frustrações e inquietações. Está diretamente ligada ao estado emocional e psicológico. Devemos encontrar outras formas de prazer, buscar nosso propósito, lidar com nossas emoções e nossos problemas. Muitas vezes o acompanhamento psicológico é necessário. Outras causas relacionadas a compulsão por doce são resistência insulínica, deficiência do hormônio da serotonina, aumento do hormônio do estresse que é o cortisol, falta de nutrientes, microbiota intestinal comprometida, síndrome fúngica, organismo tóxico e inflamado e entre outros.
\r\nQuando você ingere açúcar ou carboidrato em excesso sua liberação de insulina aumenta, o que faz seu organismo entender que você precisa repor a energia que foi embora. Logo, você “precisará” comer mais açúcar e voltará a estimular a insulina e assim sucessivamente, favorecendo a compulsão e fazendo com que seu corpo entenda que você precisa de açúcar e carboidrato o dia inteiro. É bem comum que o quadro esteja ligado ao estresse e à ansiedade, pois se algo afeta a pessoa ao longo dia, ela vê a compensação no doce e inicia-se o ciclo vicioso. Evite o açúcar, pois quanto maior a ingestão de doces, maior será a vontade de comer mais doces.
\r\nQuais os desequilíbrios que podem disparar a vontade de comer doce? Um deles é a falta de nutrientes, a falta de alguns minerais como cromo, magnésio e zinco, pode causar desequilíbrios no metabolismo da insulina, o que leva a pessoa a sentir uma fome constante. Outro desequilíbrio é a presença de fungos no organismo. Manter o intestino saudável com alimentos e suplementos específicos é fundamental, já que é nele que acontece a maior parte da produção do hormônio da serotonina. Serotonina é um neurotransmissor que está relacionado ao bem-estar. Quando seus níveis estão baixos tendemos a nos sentir mais tristes, desanimadas e até depressivas. Esta redução nos níveis da serotonina aumenta a vontade de comer doces. DICA: Para formar a serotonina dependemos de outros nutrientes como o L Triptofano, vitamina do complexo B e magnésio. Então, vamos incluir fontes de alimentos ricos nesses minerais como as nozes, arroz integral, folhas verdes escuras, semente de abóbora, banana, lentilha, cacau em pó, abacate, chia e outros.
\r\nUma digestão lenta pode piorar a compulsão por doce? Sim. Consumir os alimentos que o corpo não metaboliza bem também interfere na produção dos neurotransmissores. Se a pessoa não consegue digerir o alimento adequadamente, acaba comprometendo a absorção de muitos nutrientes que são essenciais para produzir os hormônios da serotonina.
\r\nUm sono inadequado pode piorar a compulsão por doce? Sim. Outro fator super relevante é o aumento do cortisol (o hormônio do estresse). Ele é produzido quando o corpo está sob tensão, principalmente quando a pessoa não dorme bem. Você sabia que duas horas a menos de sono pode aumentar a fome em 24% no dia seguinte? Com o cortisol desregulado adivinhem onde o corpo busca energia? No açúcar, claro! Quando dormimos bem, produzimos serotonina e dopamina, substâncias calmantes que controlam a ansiedade e regulam humor e saciedade. Para que esses hormônios sejam ativados durante o sono precisamos do L triptofano e alguns minerais como magnésio, vitaminas do complexo B, cromo, zinco e entre outros. Por isso é essencial termos matéria-prima para produzi-las, que vem da alimentação natural. Corpo e mente equilibrados conseguem controlar a saciedade.
\r\nDietas restritas provocam compulsão por doce? Sim. Quando a pessoa faz dieta restrita com pouco carboidrato, geralmente ela também sente muita vontade de comer doces depois do almoço ou janta porque faltam carboidratos e nutrientes no organismo. A redução drástica do consumo destes macros nutrientes por um período longo pode ser prejudicial à saúde.
\r\nQual o horário mais comum para a compulsão por doces? Preste atenção: quem sente essa vontade logo após as refeições, pode estar indicando uma possível resistência à insulina. Se essa vontade acontece ao final da tarde é queda de serotonina (neurotransmissor que nos dá sensação de prazer). Se a vontade acontece o dia todo, provavelmente poderá ser uma síndrome fúngica e microbiota intestinal comprometida.
\r\nAlgum fitoterápico pode ajudar no controle da compulsão por doce? Sim. A passiflora, maracujá, chá de camomila, chá de relora, chá de equinácea. Lembrando que cada pessoa tem sua individualidade bioquímica. Antes de tomar esses chás consulte uma nutricionista.
\r\nDicas: vamos ingerir alimentos fontes de matéria prima que vêm da natureza como as frutas, verduras e legumes variados para tentar garantir o aporte de vitaminas e minerais importantes; evitar a ingestão de produtos diet e light porque contêm adoçantes e estes foram relacionados com o aumento da vontade de comer doces; verificar sempre o rótulo dos alimentos, aumentar o consumo de alimentos ricos em L triptofano como banana, feijão, lentilha, cacau, nozes e outros; praticar atividade física; evitar consumir carboidratos sozinhos ou isolados. Sempre associe com gorduras boas ou fibras, isso favorece que o carboidrato seja digerido de forma mais lenta.
\r\nQuando se começa analisar a dieta desse paciente, às vezes encontramos deficiências de minerais e vitaminas, ingestão inadequada de alguns alimentos, organismo inflamado e tóxico, microbiota intestinal comprometida, sono inadequado, digestão lenta, hormônios desregulados, longos períodos sem comer. Tudo isso deve ser analisado no paciente e corrigido no seu organismo.
\r\nPara vencer esse problema precisamos cuidar da mente, do nosso comportamento e da nossa alimentação.
\r\n
\r\nPrograma Mais Saúde- da Secretaria Municipal da Saúde de Guaporé, sob responsabilidade das nutricionistas Ana Paula Trentin e Michele Dagnese.
\r\n