História: Guaporense tem artigo publicado em revista italiana
Resgatar a vitoriosa história dos nossos antepassados – os imigrantes italianos, suas dificuldades para se adaptarem ao solo gaúcho e, porque não, contar o sucesso que obtiveram economicamente com o passar dos anos, após derramarem muito suor com árdu...
Resgatar a vitoriosa história dos nossos antepassados – os imigrantes italianos, suas dificuldades para se adaptarem ao solo gaúcho e, porque não, contar o sucesso que obtiveram economicamente com o passar dos anos, após derramarem muito suor com árduo trabalho braçal. Com esses pontos cruciais para o entendimento da história, com mais destaque para a Colônia de Guaporé, o pesquisador e doutorando em História pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e vinculado à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior (CAPES), prof. Giovani Balbinot, desenvolveu sua dissertação de mestrado e, com a colaboração dos professores João Carlos Tedesco (Universidade de Passo Fundo – UPF) e Federica Bertagna (Università Degli Studi Di Verona), comemorou a publicação de um artigo científico em uma das mais respeitadas e relevantes revistas nas áreas de e/imigração e mobilidade da Itália: a Centro Altreitalie Sulle Migrazioni Italiane, de Torino.
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\r\nColônia de Guaporé
\r\nO artigo, intitulado “L’esposizione universale di Milano nel 1906 e l’immigrazione italiana nel Rio Grande do Sul\", chegou ao conhecimento da revista italiana através da prof. Federica, que é referência na Itália na questão emigratória e parceira do guaporense na pesquisa. Nele, os historiadores buscaram delinear a participação do Estado, na época governado por Borges de Medeiros, na Exposição Mundial de Milão no ano de 1906 que apresentava as tecnologias de transporte.
\r\n“Figurou não apenas como uma simples ferramenta de promoção comercial na busca de novos mercados para os gêneros aqui produzidos, mas um elo entre o estado sulino e a Itália, com a intenção de promover a revogação das restrições impostas pelo governo italiano à emigração e, com isso, estimular o fluxo de emigrantes ítalos para essa região em particular”, disse Balbinot.
\r\nO historiador destaca ainda: “Podemos dizer que o governo borgista buscava realizar uma propaganda das condições adquiridas pelos emigrantes italianos que atravessaram o Atlântico rumo às terras rio-grandenses em busca da concretização de seus sonhos na propriedade da terra, da prosperidade na atividade comercial ou na fortuna da indústria, uma vez que o fluxo emigratório italiano começava a direcionar-se rumo a Argentina e aos Estados Unidos da América”.
\r\nSegundo Balbinot, cerca de 1,6 milhão de imigrantes se estabeleceram no território brasileiro, em especial nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Em solo gaúcho, a colonização italiana, de forma consistente a partir de 1875, estabeleceu-se na Serra Gaúcha, com destaque para Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Garibaldi e Guaporé.
\r\nO núcleo da “Capital da Hospitalidade”, destaca o historiador, rapidamente mostrou-se pujante economicamente, visto a população em 1892, estimada em sete mil pessoas. Posteriormente Guaporé foi elevada de núcleo a Vila e sede do futuro município.
\r\n“Em 1904, Guaporé já produzia 250 mil quilos de banha, 12 mil quilos de carne suína, 15 mil sacas de feijão, 2 mil sacas de milho, 2.500 arrobas de erva-mate, 2 mil dúzias de tábuas. Havia casas comerciais, moinhos, serrarias em toda a sua região. Isso tudo repercutiu profundamente e irradiava relações mercantis por toda a Encosta Superior do Nordeste. Guaporé chegou a ser a maior produtora de trigo do Estado”, afirmou.
\r\nPosteriormente, o avanço econômico cresceu e diversificou-se. Todos os gêneros agroindustriais produzidos eram transportados diariamente pelas carretas e exportados pelo porto de Muçum que, por mais ou menos meio século, foi o espaço concentrador e centralizador da dinâmica mercantil e comercial da região. Posteriormente, com a falência das agroindústrias dependentes da produção, comercialização e consumo dos derivados do suíno, especialmente da banha, Guaporé necessitou passar por um processo de reinvenção econômica.
\r\nBalbinot salientou que o conhecimento da biografia de Guaporé é fundamental para a compreensão, tanto do vasto horizonte que compõe a história do Rio Grande do Sul e da Imigração Italiana, quanto para o entendimento dos componentes do desenvolvimento socioeconômico que tornou Guaporé a cidade que é hoje e quem nos, guaporenses, somos.
\r\n“Como uma árvore, cujo o tronco ramifica-se em vários galhos menores e centenas de pequenos ramos, voltando-se então para as primeiras ourivesarias que deram origem às primeiras fábricas de joias do município, deu-se início ao próximo ciclo econômico, de caráter urbano e industrial, voltado para produção joalheira e, em seguida, para a lingerie”, disse Balbinot retratando a significativa transformação que passou Guaporé no setor econômico ao longo da história.
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\r\nPara saber mais
\r\nO artigo científico de Balbinot, que é educador nas Escolas Municipais de Educação Fundamental Dr. Jairo Brum e Imaculada Conceição em Guaporé, pode ser acessado pelo site da instituição italiana: www.altreitalie.it. A dissertação de mestrado, que aborda o desenvolvimento econômico da Colônia e do município de Guaporé, encontra-se na Biblioteca Municipal Dr. Júlio Alves de Campos. A publicação está no livro chamado “Comércio, carretas e trapiches. A colônia Guaporé e o Porto de Muçum: 1892-1940”.
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\r\n- Curtumes, este o Guaporense, colocaram o município em destaque no Estado;