Estiagem prejudicou sequência de avaliação do flúmen e a conclusão do relatório
A estiagem que assolou o território gaúcho entre os meses de dezembro de 2019 e maio deste ano, juntamente com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), prejudicaram o bom andamento das atividades do projeto de “Avaliação do Sistema de Escoamento Superficial do Arroio Barracão e Vulnerabilidade e Suscetibilidade ao risco de Inundação” que estavam sendo desenvolvidas pelos profissionais do Instituto de Saneamento Ambiental da Universidade de Caxias do Sul l (UCS). O Estudo Hidrológico do Município de Guaporé, contratado pelo Poder Executivo, analisa a situação de toda a extensão do Arroio Barracão, que corta a cidade de norte a sul e passa por sete bairros.
Agora, com o período de maior índice pluviométrico se aproximando, há preocupação da comunidade, em especial a ribeirinha, da possibilidade novamente de ocorrer o transbordo do flúmen. A inquietação também é das autoridades municipais que, aguardam o complemento dos estudos, para buscar alternativas e melhorar a vazão da água no canal. A diretora do Instituto, Doutora Vania Elisabete Scheider, afirma que as análises prosseguem e neste momento está sendo realizada a modelagem hidráulica com um dos softwares mais sofisticados do mercado, o HecRas.
“Devido à heterogeneidade do canal, por se situar numa área urbana fortemente antropizada, com trechos que se encontram modificados e transformados pela ação do homem, a calibração do modelo matemático para representar a realidade da natureza se torna mais complexa. Foram mais de 1,2 mil pontos de informação para a reconstituir o canal, contabilizando mais de 100 seções de referência que devem ser ajustadas manualmente para adequar as informações hidráulicas a fim de que o modelo consiga calcular o escoamento superficial sem instabilidades”, destacou.
Conforme a diretora, foram necessárias saídas de campo complementares, inclusive ao longo do período de pandemia. A complexidade do trecho do leito do Arroio Barracão, por haver dois afluentes muito próximos, aumentou as instabilidades do modelo.
“Estamos consertando a geometria do modelo hidráulico para que se possa ter as informações adequadas e a elaboração de cenários que permitam a tomada de decisões no âmbito do planejamento. Todos os demais itens do projeto já foram executados e compõe o Relatório Técnico Parcial n.º 3 de posse da Secretaria de Meio Ambiente”, afirmou Vania.
Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo dos últimos meses para a execução do Estudo Hidrológico, o prazo de entrega do produto final está em dia. O documento deve ser encaminhado até o dia 14 de agosto, após aprovação do Relatório Final e adequações que venham a ser solicitadas pelo Município.