Em números gerais, estima-se que quebra de safra chega a 70% do milho (grãos e silagem), 40% da uva e 35% da soja. Abastecimento de água no interior tem mobilizado equipes das secretarias e Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
A falta de recursos hídricos para o consumo humano, animal e para a produção no setor primário no Rio Grande do Sul, com a escassez de chuva que se estende desde outubro de 2021, é preocupante. A quebra de safra nas lavouras de milho (grãos e silagem) e soja, bem como na produção de uva e citros, é irreversível e os agricultores estão preocupados com o futuro. Diante do alarmante quadro, a Administração Municipal, após análise dos dados técnicos junto a Emater/Ascar-RS, Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMPEDEC) e entidades ligadas ao setor primário, publicou no final da tarde da sexta-feira, dia 21 de janeiro, o Decreto n.º 6.841/2022 que declara situação de emergência em virtude do evento adverso da estiagem. O decreto abrange todo o território do município.
A mobilização de todos os órgãos municipais para a reabilitação do cenário e resposta ao desastre provocado pelas condições climáticos, em especial com o desabastecimento de água nas propriedades rurais, está autorizada.
“Infelizmente o quadro da estiagem é preocupante. Há tempos não registramos uma situação desta natureza. As perdas nas lavouras, estas que são irreversíveis, trarão grandes prejuízos econômicos e sociais aos agricultores, porém, o que nos deixa em alerta é a falta de água para o consumo humano e para a sobrevivência dos animais. Nós, como Poder Público, não estamos medindo esforços para, pelo menos, minimizar o problema”, disse o prefeito Fabris.
As estimativas, que estão sendo diariamente contabilizadas em virtude da continuidade do clima adverso, apontam para perdas nas lavouras de milho que chegam a cerca de 70% (grãos e silagem), 40% da uva e 35% da soja. Há quebra de safra também nas culturas da erva-mate e dos citros. A escassez de água e de alimento afeta diretamente a cadeia produtiva do leite.
“Sabemos que há produtores que perderam tudo. É muito triste e afeta, não só a questão financeira, mas a autoestima”, salientou Fabris.
Servidores do Município, com a publicação do decreto de situação de emergência, passam os dados dos levantamentos técnicos realizados pelas entidades ligadas ao setor primário e secretarias de Assistência Social e Habitação, Agricultura e Obras e Viação, para o sistema da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Rio Grande do Sul. O prazo é de 10 dias. A expectativa é que a homologação do Governo Estadual seja realizada na primeira quinzena de fevereiro. Posteriormente, aguarda-se a análise da União.
Uso consciente da água
No decreto, o Poder Executivo determina que a utilização da água deverá ocorrer para fins domésticos e higiênico, devendo ser evitado o desperdício, principalmente com relação à lavagem de veículos, de calçadas e reposição/substituição total ou parcial de água de piscinas, de uso público ou particular. O decreto tem validade por 180 dias.