Chefe do Poder Executivo reuniu secretários municipais, entidades, Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS) e Corsan para analisar as perdas nas lavouras e avaliar a distribuição de água potável para as famílias.
A Administração Municipal de Guaporé publicará na próxima semana, mais tardar na quarta-feira, dia 19 de janeiro, o decreto de situação de emergência em decorrência da estiagem que atinge o Rio Grande do Sul. A determinação, após constatações dos gravíssimos prejuízos causados pela falta de recursos hídricos nas lavouras e, principalmente a falta de água para o consumo humano e animal nas propriedades rurais, é do prefeito Valdir Carlos Fabris. O Chefe do Poder Executivo reuniu na quinta-feira, dia 13 de janeiro, secretários e representantes da Agricultura, Obras e Viação, Assistência Social e Habitação, Meio Ambiente e Fazenda, além de entidades ligadas ao setor primário como Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (COMDERS), Emater/Ascar-RS e a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMPDEC).
No encontro, Fabris solicitou que, em parceria com as entidades que atuam diretamente com os produtores, o Poder Público elabore um plano de ação com as reais necessidades dos produtores. O objetivo, conforme o prefeito, é minimizar os efeitos da estiagem, principalmente na questão água potável para o consumo humano e animal.
“Resta-nos fazer um levantamento, após passarmos por esse momento delicado, para ver as necessidades dos agricultores. Se tivermos que ajudar na construção de poços artesianos, açudes e instalação de cisternas, nós não vamos medir esforços. Não podemos mais chegar nesta situação e ver que 25 famílias, até o momento, não têm nem água para o consumo humano”, disse Fabris que, determinou que todos os esforços sejam desprendidos para o atendimento e distribuição de água a quem está necessitado com urgência.
A Emater/Ascar-RS, através do técnico agrícola Tiago Oliveira Figueredo, apresentou dados da quebra de safra no milho grãos e silagem, uva, soja e em outras culturas, salientando que a situação é muito delicada.
“Além destas, nós temos muitas que sofrem com a falta de chuvas. Verificamos problemas na cadeia produtiva do leite e, em virtude da escassez de milho e soja, teremos um aumento no preço dos grãos e, consequentemente haverá esse repasse aos consumidores. O agricultor, que sofre com as perdas nas lavouras, não poderá arcar com os custos sozinho. Temo pelo futuro do homem no campo”, disse.
Em decorrência da situação, o prefeito Fabris, em comum acordo com os demais participantes, solicitou urgência no levantamento de informações da quebra na safra, dados precisos da falta de água nas propriedades e a estimativa de perdas econômicas para Guaporé.
“A situação é alarmante e o Município decretará situação de emergência. Peço a compreensão de todos para que, no momento em que publicarmos, tenhamos todos os dados corretos para que os Governos Federal e Estadual possam homologar sem questionamentos, como ocorreu em 2020. Fomos um dos últimos a decretar, por estarmos fazendo um levantamento completo, e um dos primeiros a receber a homologação. Não adianta nos precipitarmos. Infelizmente não há o que fazer quando o clima age e nos últimos anos a estiagem tem nos castigado. Nos resta agora a prestarão de assistência aos agricultores, que são os que mais estão sofrendo, e pensar em medidas preventivas para minimizar a situação para os próximos eventos climáticos”, afirmou.
Segundo Rafael Pissetti, coordenador da COMPDEC, a Defesa Civil é favorável à decretação de situação de emergência.
“Nosso parecer, sem sombra de dúvidas, é e sempre será favorável. Verificamos que as perdas são de grande monta nas lavouras. Porém, levamos em conta o dano humano, e esse está potencializado com a escassez na água para o consumo. Essa é a principal preocupação que temos no momento. Não adianta juntarmos todos os documentos e decretarmos situação de emergência com dados incompletos, sem atingir o percentual exigido e na hora errada. Estamos fazendo tudo dentro do que determina a lei”, disse Pissetti.
Participaram da reunião, com posições firmes de colaboração com o momento vivido, o comandante do 3º Pelotão do Corpo de Bombeiros Militar (3º PelBM), tenente Adriano, e o gerente da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) – Unidade de Guaporé, Jorge Luis Dexheimer.