Cerca de 300 mil litros de água para o consumo humano foram distribuídos. Demanda, em especial para o sustento dos animais, aumenta diariamente
A crise hídrica, registrada no Rio Grande do Sul e agravada com as altas temperatura registradas ao longo dos meses de dezembro de 2021 e janeiro de 2022, provoca estragos irreversíveis, quebra de safra nas lavouras e prejudica o desenvolvimento/produtividade dos animais nas propriedades rurais de Guaporé. Em três meses, o Poder Público, juntamente com a Coordenadoria de Defesa Civil (COMPDEC) e a Emater/Ascar-RS, contabilizaram cerca de 140 milímetros de chuva.
Além do prejuízo nas culturas do milho, soja, uva, nogueiras, erva-mate e outras, falta água para a criação de aves, suínos e vacas, por exemplo. Porém, o maior dos problemas é a escassez para o consumo humano. A falta do bem indispensável para a sobrevivência é uma realidade para 25 famílias, moradoras de 10 comunidades da zona rural. Para amenizar a situação, as secretarias de Agricultura, Obras e Viação, em conjunto com a COMPDEC, tem efetuado a entrega de água, com a utilização de um caminhão pipa. O veículo, que trafega diariamente pelas estradas vicinais, tem capacidade de transportar oito mil litros.
Conforme os dados da COMPDEC, foram distribuídos cerca de 300 mil litros de água para famílias do interior e prestada assistência aos reservatórios do Hospital Manoel Francisco Guerreiro e da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O 3º Pelotão do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS), comandado pelo tenente Adriano, contribuiu com o abastecimento na unidade hospitalar. A demanda dos agricultores, segundo o coordenador Rafael Pissetti, aumentou significativamente nas últimas semanas, em especial para o consumo humano.
“É um momento muito difícil que estamos enfrentando. Nós, juntamente com o Poder Público, não medimos esforços e, dentro das possibilidades, procuramos atender todos os pedidos de água que são solicitados pelos produtores. A prioridade é para aquela família que, além de não ter nada para dar aos animais, sofre com a falta nas torneiras, nas nascentes e nos arroios/riachos. Contabilizamos 25 em situação crítica e o número, se a chuva não normalizar nos próximos dias, tende a aumentar, infelizmente”, disse Pissetti.
Por dia, o caminhão pipa faz em média de quatro a cinco entregas. O maior problema verificado é a logística, já que o veículo desloca-se pelas estradas do interior, abastece o produtor, retorna para o enchimento de oito mil litros do reservatório e sai novamente para o suporte a quem está necessitando.